É sinal dos nossos tempos a cada vez maior prevalência de subfertilidade e infertilidade entre as mulheres e casais. Isto tem levado a um cada vez maior recurso a técnicas de procriação medicamente assistida para a prossecução dos objetivos reprodutivos.
O adiamento da maternidade, o tabaco, o álcool e a obesidade estão entre os principais culpados, e são de especial importância porque, se alertados atempadamente para os efeitos nocivos, as mulheres e homens podem modificar os seus comportamentos de forma preventiva. Evita-se assim, ou, pelo menos, diminui-se a probabilidade, de existirem problemas no futuro, relacionados com a fertilidade.
A campanha da SPMR
Esta campanha não é nova, mas mantêm-se completamente atual. A Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (spmr.pt), naturalmente alerta para estes problemas, criou uma campanha de sensibilização para toda a população em idade reprodutiva, mas especialmente dirigida aos jovens, que tem a maior probabilidade de beneficiarem a longo prazo destes cuidados com a sua saúde reprodutiva:
Existe ainda um vídeo de acompanhamento:
https://www.youtube.com/channel/UCDNDNeY5X0I5dSseXsBV2pA
Decisões irreversíveis
Se alguns dos fatores de risco para infertilidade e aumento de risco numa gravidez são reversíveis, como a obesidade, outros não, como o tabaco. Fatores tóxicos como este tem efeitos cumulativos ao longo da vida, especialmente numa mulher, cujos ovócitos não são criados de novo. Assim, o risco de infertilidade aumenta quanto maior for a exposição acumulada, ou seja, quanto maior o número total de cigarros fumados.
A idade do primeiro filho
Há poucas decisões tão importantes para se concretizar a família que se pretende como a idade do primeiro filho. As mulheres atingem o seu máximo potencial reprodutivo muito cedo e este vai decrescendo ao longo da vida.
Quando se fala em decréscimo de fertilidade a partir dos 35 anos, isto está relacionado com uma maior velocidade de decréscimo da qualidade e quantidade ovocitária, e não com o fato deste processo começar aí. Esta velocidade aumenta em cada ano até à menopausa.
Assim, quanto mais cedo um casal, ou uma mulher, decidir ter o seu primeiro filho, maior a probabilidade de isso acontecer. Maior também é a probabilidade de poder ter outros filhos e mesmo a probabilidade de ter sucesso em tratamentos de procriação medicamente assistida caso não consiga engravidar naturalmente.
A Procriação Medicamente Assistida neste contexto
As técnicas de Procriação Medicamente Assistida, sobretudo com o advento da FIV (Fertilização in Vitro) e ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide) vieram resolver muitos dos problemas relacionados com infertilidade. A taxa de sucesso nos tratamentos mantêm-se, no entanto, intimamente ligada à idade da mulher, em média. Notam-se também diferenças no uso de tabaco e obesidade, entre outros fatores.
A doação de gâmetas (ovócitos e esperma) permitem ultrapassar problemas da qualidade (e/ou existência) ovocitária e de ausência de espermatozóides. No entanto, em muitas situações, as técnicas deste tipo poderiam ser evitadas com o conhecimento (e modificação) dos fatores de risco para infertilidade.
A preservação da fertilidade
A melhor forma de concretizar a família desejada é manter hábitos de vida saudáveis e ter os filhos o mais cedo que a vida pessoal e amorosa o permitam. No entanto, se as prioridades (e necessidades percebidas) são mutáveis de acordo com o conhecimento adquirido, fatores como um relacionamento estável (quando este é pretendido) não o são. Podem ser outras as contingências que impeçam a maternidade na altura ideal.
A maternidade como projeto individual e a preservação da fertilidade podem ser uma solução para casos muito específicos. Especialmente, a preservação de fertilidade por criopreservação de gâmetas tem um papel fundamental nos casos de doença oncológica em que se preveja a diminuição da fertilidade com o tratamento. Não deve ser uma solução para adiar a maternidade/paternidade quando alternativas existem. Deve ainda ser encarado como um processo que aumenta a probabilidade, mas não dá garantias. A eficácia da preservação de ovócitos é altamente variável, de acordo com vários fatores, especificamente a idade da mulher na altura da criopreservação.
Conclusão
A procriação medicamente assistida resolve muitos, mas não todos os problemas. Pelo menos não da forma como os beneficiários prefeririam. Uma mudança de atitudes perante a fertilidade pode evitar ou, pelo menos, minimizar, problemas futuros relacionados com o desejo de ter filhos.
A Ferticare está, como sempre esteve, empenhada em ajudar a conseguir os objetivos das famílias. Seja com um conselho ou com um tratamento altamente complexo.
Por isso o nosso conselho não poderia deixar de ser:
Cuide da sua fertilidade!